... o som cortante do tiquetaque do relógio,
dói, ecoa, vai, fica, foi-se,...
Páginas
6 de abril de 2012
coexistência
Servido sem açúcar por
Diogo Chagas
às
22:22
Vivo em face de minhas três faces
Sugo para mim, o que das outras faces pertence.
E em face de tal
As várias hipóteses, ao fim
Parecem uma só,
E a sós cada uma persiste.
De um tempo tão longe,
Um prazer tão distante,
Faces amantes
Existem em mim.
Ora, será loucura?
Ou mera reciprocidade?
São meros corpos,
Faces,
Em sincrônica coexistência.
(O homem de sete cores - Anita Malfatti)
14 de novembro de 2011
tríptico clichê
Servido sem açúcar por
Diogo Chagas
às
22:44
I.
Utilizo metalinguagem para falar
de escrever.
Utilizo antigas abordagens para falar
de clichês.
Utilizo sentimento para falar
de amor.
Utilizo amor para
te descrever.
II.
A sós,
o silêncio pairava.
Cidade calada.
Num clique, num flash,
tudo ganhou movimento.
O silêncio, sentimento.
Já não havia solidão,
só se ouvia o ronco acelerado
dos carros.
O batuque disparado
das artérias
tornou-se incessante.
A vida
se avivava.
Era o amor.
III.
Por instantes faltavam amores.
Surgiam as saudades dos beijos nunca beijados,
remetiam às bocas nunca tocadas.
Entre um copo e outro, olhares.
Um calafrio. Um sorriso no rosto.
Sentimentos nunca sentidos, amores nunca vividos.
O puro amor recíproco.
A aurora interrompia a mágica do novo.
Os olhares se mantiveram,
em memória,
mas o dia que nascera era só o começo do novo
amor.
17 de julho de 2011
tarde de domingo
Servido sem açúcar por
Diogo Chagas
às
19:22
O coração acompanhava
os segundos do relógio.
Tédio.
A espera corroia as
vísceras.
O relógio não esperava.
E a espera não chegava.
(Foto por Diogo Chagas)
24 de fevereiro de 2011
nostalgia
Servido sem açúcar por
Diogo Chagas
às
09:48
Vacuidade
o som do silêncio
perdurava.
De repente o som,
a vida, o amor,
a não dor.
De repente não mais dor.
Pausa.
Tudo retoma,
o silêncio, o não amor,
a mesma vida,
a mesma dor.
Ressurge a saudade
saudosamente nostálgica.
(A Lua - Tarsila do Amaral)
Assinar:
Postagens (Atom)