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14 de novembro de 2011

tríptico clichê

I.
Utilizo metalinguagem para falar
de escrever.
Utilizo antigas abordagens para falar
de clichês.
Utilizo sentimento para falar
de amor.
Utilizo amor para
te descrever.


II.
A sós,
o silêncio pairava.
Cidade calada.
Num clique, num flash,
tudo ganhou movimento.
O silêncio, sentimento.
Já não havia solidão,
só se ouvia o ronco acelerado
dos carros.
O batuque disparado
das artérias
tornou-se incessante.
A vida
se avivava.
Era o amor.


III.

Por instantes faltavam amores.
Surgiam as saudades dos beijos nunca beijados,
remetiam às bocas nunca tocadas.
Entre um copo e outro, olhares.
Um calafrio. Um sorriso no rosto.
Sentimentos nunca sentidos, amores nunca vividos.
O puro amor recíproco.
A aurora interrompia a mágica do novo.
Os olhares se mantiveram,
em memória,
mas o dia que nascera era só o começo do novo
amor.


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